quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Treinamento de Força e Gestação:

Em primeiro momento devemos estabelecer que a gravidez não é uma patologia, por isso não deve ser tratada como tal. No entanto, cuidados especiais devem ser tomados. De acordo com ACSM (2007)  as mulheres gravidas devem participar  de programas de atividade fisica de intensidade leve e moderado afim de usufruir de seus benefícios relacionados a saúde.

Dentre esses benefícios, o desenvolvimento de força e a flexibilidade podem compensar as alterações biomecânicas progressivas decorrentes da gestação, especialmente a fraqueza abdominal, lombalgia acompanhada de hipercifose toráxica e hiperlordose lombar. Além da questão postural, já é evidenciado que treinamento resistido é importantes no controle da glicose sanguínea nos diabéticos tipo II, podendo também ser importante no controle do diabetes gestacional.

Existe um tendência de direcionar as gestantes para atividades aquáticas que permitem uma melhora do retorno venoso, amenizam o impacto, auxiliam no controle do peso corporal, diminuindo a sobrecarga nos joelhos. Outro aspecto interessante é que exercícios no meio aquático permitem um relaxamento mais evidente. No entanto a musculação ou Treinamento de Força não é contraindicado para esssa população especifica, caso haja liberação médica especializada.

Algumas tipos de atividades são contraindicadas para gestantes. Tais como, atividade de competição, exercícios com movimentos repentinos e saltos, flexão ou extensão profunda pois os tecidos conjuntivos já apresentam foruxidão (efeito do hormônio relaxina), exercícios exaustivos ou que necessitem de equilíbrio no terceiro semestre, atividades com  bola, pois podem causar trauma abdominal, prática de mergulho (condições hiperbáricas, podem causar embolia fetal quando ocorre va descompressão), ginastica aeróbica, corrida ou atividade em altitude são contraindicadas e excepcionalmente aceitas com limitações dependendo da condição física da gestante e exercícios em posição supina após o terceiro trimestre, pois pode casar obstrução do retorno venoso.

Todos essas cuidados são de suma importância para a prática de exercícios fisicos para gestantes. Alguns sintomas são indicativos de interrupção da atividade física, são eles, dores persistentes, contração uterina repetida, sangramento vaginal, perda de liquido aminiótico, tonturas, desmaios, apnéia, palpitação, taquicardia, distúrbios visuais, edema generalizado, dificuldade em deambular ou vômitos persistentes. Apesar dos cuidados é imprescindível o acompanhamento médico especializado e um professor de Educação Física qualificado.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O efeito do Exercício Físico no Sistema Imunológico:

As células brancas, mas conhecidas como leucócitos são responsáveis por defender nosso organismo contra infecções, vírus e parasitas. Esse sistema é originado das células hematopoiéticas pluripotentes e possuem vários tipos distintos de células de defesa que combatem tipos diferentes de agentes agressores ao organismo. Os granulócitos polimorfonucleares compreendem os neutrófilos, eosinófilos, basófilos e a maior parte dos leucócitos. Os agranulocitos são constituídos principalmente por monócitos, linfócitos T e B e as células natural Killers.

Os neutrófilos originam-se da medula óssea e correspondem cerca de 60% a 70% do total dos leucócitos circulantes. É a primeira linha de defesa contra infecções, pois migram rapidamente para o local comprometido e fagocitam os agentes invasores. A resposta neutrofilica a lesão inicia-se pela aderência as células endoteliais (parede do vaso sanguíneo), denominado de marginação. Após a aderência as células migram para o exterior do endotélio, denominado de diapedese. Após a diapedese ocorre o deslocamento dessas células para o local da lesão, por meio da quimiotaxia. E finalmente o acúmulo do material inflamado é fagocitado, produzindo espécies reativas de oxigênio (EROs).

Os macrófagos são células monucleadas que participam do inicio da resposta imune contra agentes invasores e inflamações, possuem pequena ação microbicida e fungicida e importante função citotóxica. Possuem diversos nomes dependendo do local onde estão resididos. Além de serem células maduras provenientes dos monócitos.

Além dos leucócitos, existem os linfócitos. A principal diferença entre essas duas células de defesa é a capacidade dos linfócitos de retornar a corrente sanguínea, promovendo uma circulação contínua. Já os leucócitos não retornam ao sangue, sendo assim eliminados após realizarem sua função específica.

Existem os tecidos linfóides primários (Timo e Medula Óssea) e os secundários (Baço, Linfonodos e Placas de Peyer). Os linfócitos migram dos tecidos primários para os secundários com o objetivo de aumentar a resposta Imune, já que na circulação essas células possuem uma sobrevida muito curta.

Os linfócitos T, são responsáveis pelo combate célula contra célula, derivam do Timo e são as mais numerosas células linfóides encontradas no plasma. São também responsáveis pela Imunidade Adaptativa.

Os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos através das Imunoglobulinas. Quando ativados por antígenos específicos se prolifeream e diferenciam-se em plasmócitos, resultando na liberação de uma grande quantidade de anticorpos. São responsáveis pela Imunidade Humoral, ou seja, Imunidade Adquirida. 
Além dos Linfócitos B apresentarem um sistema de memória, aumentando a velocidade da resposta Imune.

As naturais Killers são linfócitos granulares grandes que correspondem de 10% a 15% dos linfócitos no sangue. Possuem alta atividade citotóxica e não possuem sensibilidade prévia para serem ativadas como os outros linfócitos.

A leucocitose (aumento das células brancas), principalmente dos neutrófilos esta intimamente associada com o volume e não com a intensidade. O aumento dos neutrófilos está ligado com o incremento do cortisol, adrenocorticotróficos e das citocinas (IL-6 e M-CFS). O exercício aeróbio de 30 minutos apresenta a 70% do VO2máx, propicia a redução da Fmlp (PEPTIDIO QUIMIOTÁTICO QUE ATRAI OS NEUTROFILOS) por até 24 horas em mulheres treinadas. Esse efeito é transitório. Sendo recuperado em 24 horas. Já o treinamento com duração maior que 60 minutos propicia o incremento dos neutrófilos. O exercício moderado (50% a 60% do VO2máx) durante 60 a 150 minutos, incrementa a ação da elastase (enzima presente nos grânulos dos linfócitos). 

Em relação à resposta dos Macrófagos, o exercício moderado e intenso modulam as funções peritonais dos macrófagos em humanos. Dentro dessas funções está o aumento da produção de EROs, atividade enzimática lisossômica e metabólica, quimiotaxia, fagocitose e produção de espécies reativas de Nitrogênio. No entanto, o exercício potente parece ser o mais interessante a ser realizado. O exercício moderado (velocidade final 17m/min. por 30 minutos) incrementou a resposta dos macrófagos bronquioalveolares em camundongos. Já o exercício exaustivo pode diminuir a resposta do MHC II. Esse composto é de suma importância para a resposta Imune adaptativa. Após a fagocitose e processamento do antígeno, pequenos peptídeos antigênicos são ligados ao MCH II dos macrófagos e apresentados aos linfócitos T, aumentando a resposta a alterações antigênicas. No entanto, o exercício exaustivo pode afetar esse processo de apresentação.

O número de células NK (natural killer) é maior em atletas de endurance quando comparado a indivíduos sedentários. Uma única sessão pode aumentar as NKs circulantes. Já o exercício intenso pode provocar uma redução de 40% a 60 % dessas células, mas após 24 horas os níveis retornam ao normal.

O importante é entender que as variáveis do exercício e o controle da carga interna e externa de treinamento são de suma importância para prevenir a imunossupressão decorrente da atividade física. Por isso a periodização e a nutrição do individuo devem estar intimamente ligadas.