segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quanto mais Treinado, menos Treinável?

Em primeiro momento, precisamos definir alguns conceitos do Trenamento Físico, principalmente relacionado ao significado de Adaptação e Homeostase. De acordo com Weineck (2000) a adaptação é a capacidade do organismo de se reorganizar em respostas as exigências externas e internas. No entanto, o termo adaptação esta um tanto quanto equivocado, pois esta associada a mutações genéticas irreversíveis ocorridas no DNA. Já o Treinamento Físico (TF) propicia alterações reversíveis, pois seguem em resposta ao Princípio da Reversibilidade, significando que toda a adaptação mediada pelo treinamento pode ser revertida para os níveis pré-treino quando o programa de treinamento for interrompido. De fato, a definição mais apropriada para as alterações metabólicas, neurais e hormonais mediadas pelo treinamento é proposta por Guedes Jr (2007) como ajustamentos ou aclimação. Já homeostase é uma propriedade orgânica que tende manter o organismo numa constância equilibrada. Esse estado é dado a partir do equilíbrio entre os sistemas de degradação e regeneração orgânica. Existem algumas outras definições, tais como alostase e homeorese, que significam diferente constância ou busca de equilíbrio, respectivamente.

Após o entendimento desses diferentes termos acima citados, podemos então entrar em nossa grande pergunta: "Quanto mais treinado, menos treinável?". Esta pergunta significa que quanto maior o nível de treinamento do individuo menor é a resposta desse frente a novos estímulos mediados pelo programa de treinamento. Essa resposta tende a ocorrer, pois existem dois lados referentes ao ajustamentos do treinamento. O primeiro é o positivo, onde os estímulos gerados pelo treinamento desequilibram a constante homeostática e geram posterior aumento da capacidade orgânica. Já o Ajustamento negativo está relacionada a aplicação de estímulos de mesma intensidade, ou seja, mesma velocidade de corrida ou método de treinamento de musculação (ex:4x8) que não são mais capazes de alterar essa constante hemostática do organismo, não proporcionando novos ajustamentos. Portanto, um estimulo que foi forte e adequado, passa a ser fraco e ineficiente.

Dessa forma, o Treinamento Físico tanto para a saúde quanto para melhora do rendimento físico, pode ter efeitos opostos se o programa de treinamento não seguir as variáveis do treinamento (intensidade, volume e frequência) e principalmente o famoso Principio da Sobrecarga, que significa a importância da aplicação de novos estímulos, com o intuito de gerar uma nova resposta. Caso esse principio não for respeitado, ocorre a manutenção e posterior redução das benefícios adquiridos com a pratica do treinamento. Portanto, deve-se sempre respeitar as progressões de carga em resposta Individual, a partir do uso da modificações dos métodos e manipulações das variáveis do treinamento.

Portanto, devemos entender que o treinamento e suas progressões devem ser bem estabelecidas e respeitando o Principio da Individualidade Biológica, onde um individuo é diferente do outro. Portanto, responde de modo distinto as diversas formas de treino. Caso esses princípios não forem respeitados podemos gerar estímulos muito fortes que impedem o próprio organismo de assimila-lo, podendo provocar as Síndromes de Overreaching e posterior Overtraining, causando queda da performance do treinamento.

Por fim, o seu nível de treinamento pode ser um fator limitante da melhora da sua condição física. No entanto, a melhor utilização das ferramentas acima citadas podem otimizar o que já esta EXCELENTE!!!


Um comentário: