sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Papel do Exercício Físico na Saúde da Mulher

De acordo com dados do IBGE a expectativa de vida em ambos os exos aumentou de 62,7 para 68,9 anos nos anos de 1980 e 2001. Já nos anos de 2001 e 2008 a perpectiva de vida passou a ser 72,5 anos, particularmente para as mulheres a faixa etária passou a ser de 76,6 anos e para os homens de 68,5 anos.

A mulher apresenta diferentes fases ao,lomgo de sua vida, sendo elas:

·         Infância: Período em que o corpo feminino não tem capacidade de reprodução.

·         Puberdade: Fase de maturação sexual feminina e a ocorrência da menarca (primeira menstruação).

·         Menacme: Período reprodutivo ou fértil da mulher.

·         Climatério: Fase de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo.

·         Senescência: ultimo período da  vida da mulher, provocado pelo processo natural do envelhecimento.

O climatério ocorre por volta dos 40 anos de idade até aproximadamente os 65 anos. Nessa fase ocorre a pré-menopausa, a menopausa propriamente dita (ultima menstruação) e a pós-menopausa. A principal alteração nessa fase da vida da mulher está relacionada à insuficiência ovariana progressiva, secundária ao esgotamento dos folículos primordiais, provocando diminuição dos níveis hormonais femininos resultando na cessação do ciclo menstrual.

O risco cardiovascular da mulher vem sendo associada à diminuição dos níveis circulantes de estrogênio, decorrente do climatério. A doença cardiovascular representa a principal causa de morte entre as mulheres. No entanto, em idades mais jovens a mulher apresenta menor predisposição ao risco cardíaco comparada com os homens da mesma idade. Desse modo, o estrogênio pode ter uma forte ação protetora contra a aterosclerose.

O estrogênio possui algumas ações benéficas no sistema cardiovascular, entre elas, dilatação do vaso sanguíneo, aumento da síntese, bioatividade do oxido nítrico e inibição da vasoconstricção pela endotelina (peptidios que promovem a constricção do vaso sanguíneo e aumento da pressão arterial). Em relação ao aumento da pressão arterial, é demonstrado que mulheres mais jovens apresentam menor tônus simpático comparado com os homens, mas a partir dos 50 anos de idade a diferença entre os sexos desaparece. Apesar do aumento do risco cardiovascular da mulher estar associado em paralelo com a diminuição dos níveis de estrogênio. Investigações recentes demonstram um alto fator de risco à formação de tromboembolismo com a Terapia Hormonal (TH), podendo causar acidente vascular cerebral isquêmico. No entanto, os dados ainda são inconclusivos.

Com o advento do climatério é observado um aumento da obesidade, diabetes e dislipidemias na pós-menopausa. Tais fatos ocorrem devido a um aumento da resistência a insulina. Esse aumento está diretamente associado a diminuição do estrogênio que altera vias de sinalizações PI3 quinase e do metabolismo lipídico (gordura). A alteração no metabolismo de gordura  está associado a diminuição estrogênio que  pode ser formado por uma enzima denominada de aromatase , encontrada facilmente nos adipócitos (células de gordura). Portanto, existe um aumento de gordura corporal para facilitar a neogênese do estradiol. Estudos mostram que mulheres obesas pós-menopáusicas apresentam um aumento dos níveis de FSH e receptores alfa e beta de estrogênio. Mas, não podemos associar a obesidade com a saúde hormonal e cardiovascular da mulher, pois essa pode aumentar o risco da DAC (Doença Arterial Coronariana).

O exercício físico possui um papel fundamental na saúde da mulher. Investigações recentes mostraram que mulheres entre 34 e 59 anos que treinaram cerca de 30 minutos obtiveram uma redução significativa no risco cardiovascular. Esse efeito protetor esta associado a diminuição do tônus simpático e melhora da função endotelial. Desse modo, o exercício aeróbio promove à melhora da sensibilidade a insulina a partir de 20 minutos de treinamento com intensidades maiores ou iguais a 5,5 METS (1 MET= 3,5 ml/o2/kg/min). Já o treinamento de força promove alterações benéficas no sistema ósseo e músculo esquelético, mas também exibe uma importante alteração na sensibilidade a insulina, porém em menor grau quando comparado ao treino aeróbio.


Referencial Bibliográfico:


NEGRÃO, C. E; BARRETO, A. C. P.: Cardiologia do Exercício: Do atleta ao cardiopata, 3° edição, Editora Manole, 2010.





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