quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Papel do Exercício Físico no controle do Colesterol:

O LDL “colesterol ruim” é o produto final do catabolismo (degradação) do VLDL, sendo o principal transportador de colesterol para os tecidos periféricos, resultando na aterogênese (produção de ateromas no endotélio). No entanto, o LDL tem uma grande importância na síntese de hormônios esteróides do córtex suprarrenal e nas gônodas. São responsáveis por transportar 70% do colesterol do plasma. Sua remoção é realizada principalmente pelo fígado, pois a partir da captação do LDL, esse é degradado em colesterol livre e ácido graxos.
O HDL “colesterol bom” é originado a partir de três fontes, o fígado, intestino e elementos da superfície provindos da lipólise de quilomícrons (transportadores de colesterol por via exógena e armazenamento no tecido adiposo, muscular e hepático). A principal função do HDL é realizar o transporte reverso do colesterol, ou seja, retira-lo do dos tecidos, principalmente da parede arterial para o fígado afim de ser metabolizado.
Altos níveis de LDL no sangue constituem um dos principais fatores de risco de DAC (Doença Arterial Coronariana). No geral, o exercício físico agudo de longa e curta duração não diminui as concentrações de LDL. Apenas em alguns casos foi demonstrado reduções nas frações de LDL que também são um dos principais fatores de risco de doenças cardiovasculares, por sofrerem oxidação. Esse fato ocorre, pois a atividade física pode aumentar o consumo de oxigênio e conseqüentemente diminuir a concentração do LDL oxidado, além de aumentar o potencial antioxidante. Também é demonstrado que individuo treinados oxidam menos LDL que indivíduos não treinados. Outro fator importante é a ação antioxidante do HDL, que pode ser encontrado em níveis elevados após um programa de treinamento.
Em diversos estudos foi demonstrada uma relação benéfica entre o treinamento físico sobre os níveis, composição química, frações e subfrações de HDL, principalmente de ação antiaterogênica. Esses efeitos foram demonstrados em diferentes níveis de intensidade, duração, faixas etárias e aptidões físicas. Esses efeitos da atividade física relacionadas ao HDL podem ser potencializados com o aumento da energia gasta durante exercício, por meio da intensidade ou duração e alterações na composição corporal, com redução de gordura. Já que o LDL também apresenta uma diminuição de 7,6% quando associada com atividade física dieta e perda de 10% na composição corporal.
Vale salientar que a atividade física acima mencionada é o exercício aeróbio.  Ainda são escassos os trabalhos relacionados ao treinamento resistido. Alguns estudos mostraram aumento do HDL após o treino de força quando medidos após 24 e 48 horas. Em relação ao LDL, o aumento da massa muscular e diminuição da massa gorda podem provocar diminuição em sua concentração após um período de treino de força. No entanto esse efeito só é evidenciado quando ocorrem alterações na composição corporal. Portanto, o treino de força pode ser indicado em casos que o treinamento aeróbio for contra-indicado.
A atividade física aeróbia ou anaeróbia (musculação) pode melhorar o perfil lipídico, sendo associada com a intensidade, freqüência da atividade física e seu dispêndio de energia. Os exercícios físicos de modo crônico possuem um melhor resultado que aqueles realizados de forma aguda. A disciplina no exercício físico é essencial.  As recomendações do American College of Sports Medicine para a prevenção de doenças cardiovasculares são:
·         Freqüência mínima de quatro vezes na semana.
·         Duração de 30 a 60 minutos cada sessão.
·         A intensidade cerca de 60 – 80% da FCmáx, 50-70% do VO2máx e menos que 50% da carga máxima no treino de força (musculação).
Referencial Bibliográfico:
NEGRÃO, C. E; BARRETO, A. C. P.: Cardiologia do Exercício: Do atleta ao cardiopata, 3° edição, Editora Manole, 2010.


Um comentário:

  1. As dislipidemias podem ser classificadas como Primárias e Secundárias. O relacionado com a herança genética é a Primária, classificada de acordo com seu fenótipo:
    Tipo I: quilomicrons
    Tipo II A: LDL
    Tipo II B: LDL e VLDL
    Tipo III: IDL
    Tipo IV: VLDL
    Tipo V: VLDL e quilomicrons
    O exercício físico não influencia de modo significativo nas concentrações dessas lipoproteínas, mas sim no aumento dos níveis do HDL que inibe a oxidação do LDL e consequentemente diminui a formação de ateroma.
    Os exercícios recomendados estão acima no texto.
    Quaisquer dúvidas estou a disposição.

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