quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que é o Treinamento concorrente? E quais são suas implicações na composição corporal e geração de força?

O treinamento concorrente (TC) é  denominado pela utilização simultânea de duas capacidades biomotoras que competem entre si, no caso desse artigo iremos discutir a força e a resistência. A autilização dessas duas capacidades físicas irá gerar um problema logístico e provavelmente limitar o seu desenvolvimento, devido as adptações distintas induzidas pelos dois tipos de treinamento.

Os possíveis mecanismos responsáveis pela interferença na força em decorrência do TC, são de características neurais, disponibilidade de conteúdo energético, interconversão das isoformas de miosina e alterações na síntese protéica.

Dentro dos fatores neurais ainda não foi bem esclarecido se o recrutamento das unidades mortoras (UMs) seria afetado, dificultando o desenvolvimento da força. No entanto, é percebido que esse mecanismo de treinamento atenua a ativação neural voluntaria, resultando numa queda da geração de potência.

O conteúdo energético em sucessivas sessões de treinamento de força e de resistência diminui drasticamente os níveis de glicogênio muscular dificultando a realização da atividade subseqüente.

As isoformas das cadeias pesadas de miosina (MHC), também podem ser relacionadas com a inibição do desenvolvimento da força no TC. Tais fatos ocorrem, devido a resposta hipertrófica ser maior nas fibras rápidas tipo IIa quando comparadas com as fibras lentas tipo I. Portanto estímulos de resistência são responsáveis por atenuar a velocidade de encurtamento das fibras rápidas, resultando numa redução do aumento da área de secção transversa do tipo IIa, limitando o aumento da massa muscular e concomitantemente a geração de força.
As distinções das sinalizações intracelulares para síntese protéica entre as diferentes capacidades biomotoras força e resistência são fatores responsáveis pelo decréscimo na geração de força e aumento da massa muscular.

Após uma sessão de treinamento de força ocorre o incremento de enzimas citosólicas como a PI3k, PKB, mTOR e a proteína ribossomal S6 quinase 1 (S6K1). Essas enzimas são responsáveis por ativar as vias de sinalização que modula a sintese protéica. Já após uma sessão de treinamento de resistência (aeróbio) ocorre a ativação da proteína  AMPquinase (AMPK), responsável por controlar a homeostase energética celular. A modulação dessa proteína ocorre por meio do incremento da razão ADP/ATP, AMP, depledação da creatina fosfato (PCr) e queda do glicogênio muscular.Estudos recentes demonstram que a ativação da via AMPK reduz a síntese protéica por meio da inibição da sinalização da mTOR.

Portanto, podemos concluir que o treinamento de força gera um potente estimulo nas  vias de sinalização protéica através do incremento da atividade da mTOR, mas se logo após for realizado o treinamento de resistência (aeróbio) a ativação da via AMPK pode inibir ou atenuar a atividade da mTOR, causando uma resposta negativa para aqueles indivíduos que querem desenvolver grandes volumes musculares. No entanto, para indivíduos que pretende  obter uma melhora da composição corporal voltada para a diminuição do percentual de gordura, treinar força e logo após resistência, propicia uma diminuição no percentual de gordura e ainda um pequeno aumento ou manutenção da massa magra. Já em relação a geração de força o treinamento aeróbio prévio atenua a geração de força, devido a seu efeito residual, ocorrendo numa mesma sessão de treino e em duas sessões de treino no dia.No entanto, esses decréscimos na geração de força depende do tipo de exercício realizado e qual grupo muscular foi treinado.
 Faça a sua escolha!!!!

Referencia Bibliográfica:
IDE, B. N.; LOPES, C. R.; SARRAIPA, M. F.: Fisiologia do Treinamento Esportivo:Força, Potência, Resistência, Periodização e Habilidades Psicológicas. Ed. Phorte, 2011


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