quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quais os Efeitos do Exercício Físico na Fibromialgia?

A Fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor difusa pelo corpo em combinação com a palpação de pontos dolorosos  em locais específicos, na ausência de outro dor orgânica que a justifique. Alguns sintomas mais evidenciados são a fadiga, alteração no padrão do sono, discreto déficit cognitivo, rigidez articular e sintomas autonômicos. Esses sintomas parecem advir de uma sensibilização central.

Os pacientes fibromialgicos tendem a ter hipotensão postural devido a disfunção do sistema autônomo, dificuldade em suprimir o cortisol sérico por meio de uma alteração no eixo hipotalâmico-hipofise-adrenal, sono entrecortado e não reparador demonstrado por polissonografia devido a uma alteração n o padrão alfa-delta e outro fator que ainda não está muito claro é que níveis menores de ferritina, zinco e magnésio pode estar associado a fisiopatologia da Fibromialgia.

O exercício físico possui um papel importante no paciente fibromialgico já que esse possui dificuldade em realizar atividades da vida diária (AVDs), provocando o sedentarismo, depressão, menor tolerância da dor e fadiga exacerbada. Desse modo, o exercício físico não ira apenas melhorar as capacidades físicas mas sim os sintomas relacionados ao bem estar do individuo portador da doença, citados acima.

O exercício aeróbio melhora da capacidade aeróbia que esta diminuída em pacientes com fibromialgia. Esse melhora pode propiciar um aumento na capacidade de efetuar as AVDs e melhorar os sintomas relacionados a depressão, sono alterado e fadiga. Esse exercício deve ser realizado em intensidade moderada e no mínimo de 12 semanas para provocar efeitos fisiológicos benéficos nos sintomas acima. No entanto, esse tipo de exercício parece não alterar os limiares da dor ou sobre os tender points.
O treinamento de força é de suma importância, pois pacientes fibromialgicos desenvolvem uma perda de força significativa, resultando numa redução em sua capacidade de realizar as AVDs. Alem da melhora da capacidade força o treinamento com pesos parece melhorar os sintomas da dor, podendo até diminuir cerca de 2 tender points ativos, diminuir o sintoma de depressão e um efeito muito importante é a diminuição do tônus vagal, sendo essa uma importante alteração fisiológica na fibromialgia.

A prescrição de exercícios para esse tipo de indivíduos deve ser individualizada, já que alguns pacientes podem responder de maneira distinta as diversas capacidades exercitadas, sendo elas, força, resistência e flexibilidade.
Os exercícios aeróbios devem ser executados de duas a três sessões semanais. Inicialmente um paciente descondicionado e com dores deve realizar de duas a três series de 3 a 5 minutos. A progressão deve almejar que o individuo realize 20 a 30 minutos contínuos com freqüência cardíaca máxima entre 60% a 70%. As modalidades aeróbias podem ser alternadas.

O treinamento de força que tem como objetivo aumentar a capacidade força e massa muscular, deve ser trabalhado em intensidade entre 8 a 12 repetições. O aumento da carga deve ser realizado após um período de adaptação adequado ao próprio paciente. Os exercícios e a quantidade de series devem ser manipulados de modo a não agravar os sintomas dolorosos. Sendo interessante realizá-los em posições confortáveis como sentado ou deitado. O grupamento muscular do membro inferior deve ser priorizado por serem os mais acometidos na Fibromialgia. E o fortalecimento dos músculos estabilizadores da postura, conhecido como CORE, podem melhorar a dor provocada por alterações posturais.

O treinamento voltado para melhora da flexibilidade deve ser introduzido no programa de condicionamento, com o objetivo de melhorar a mobilidade articular decorrente da rigidez causada pela Fibromialgia.  No entanto esse tipo de exercício deve ser feito com cautela, pois seus benefícios ainda não estão bem elucidados.

O importante nessa população é elaborar um programa de treinamento onde a adesão a esse se torne elevado, pois muitos estudos demonstram que existem uma grande falta de adesão do programa de treinamento em indivíduos fibromialgicos.  Além de promover à maior sociabilização desses indivíduos e tornar o treinamento o mais lúdico possível.

Referencia Bibliográfica:
SA PINTO, A. L.; GUALANO, B.; LIMA, F. R., ROSCHEL, H.; Exercício Físico nas Doenças Reumáticas: Efeitos Terapêuticos. Ed. Sarvier, 2011.


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